A viuvez chegou-lhe em 15 de outubro de 1977. Aos oitenta e seis anos de idade Joaquim Cardoso faleceu após curta enfermidade. A perda do companheiro de cinqüenta anos foi-lhe muito dolorosa e dela jamais se recuperou por completo. Aceitou-a com resignação que a fé lhe proporcionava, todavia a lembrança do marido a acompanhou até o fim.
Não se cansava de repetir que tinha tido uma vida feliz ao lado de um homem de raras virtudes, e a humildade e modéstia lhe impediam de reconhecer que também ela trazia uma grandeza que poucos possuíam.
Até 1999 Maria Justina continuou residindo em Santo Antônio da Platina, na casa de que tanto gostava, situada na esquina das 24 de Maio e Sete de Setembro. Não era uma habitação grande, nem luxuosa, mas era sua e construída pelo marido falecido, circunstâncias que, aos seus olhos, emprestavam ao imóvel valor inestimável.
Relutou o quanto pôde em deixá-lo. Queria continuar na casa e na cidade que amava. Segundo ela, fora feliz na terra que adotara desde os idos de 1927 e na qual sepultara seus mortos. Além do mais, a igreja estava bem perto e esse fator era importantíssimo para o exercício de sua religiosidade jamais descuidada.