Era uma manhã fria de primavera (afinal essa estória começa em Curitiba). Cardosinho Jones conversava com Fibos a respeito da necessidade de se iniciar uma busca por arquivos e documentos da história da Família Cardoso da Silveira.
Iniciada a pesquisa, descobriram que esses tesouros estavam em mãos de perigosos colecionadores, espalhados pelos mais diversos lugares, fato que demandaria um grande esforço para reuni-los.
A ideia preliminar foi tentar atrair os colecionadores desses documentos ao escritório de Fibos, entretanto isso não funcionou. A seguir, procuraram convencê-los a entregar espontaneamente seus guardados.
Dissera-lhes que poderiam utilizar um mensageiro turco conhecido como “Email”, mas somente Nelson Filho, também conhecido como “Barba Azul” (ninguém sabe bem o porquê dessa alcunha, pois a barba dele não é azul), que lhes mandou alguns.
Cardosinho Jones e Fibos concluíram ser preciso utilizar métodos mais eficazes para alcançar os objetivos, mesmo enfrentando os maiores perigos. Cardosinho Jones então deixou de lado sua vestimenta acadêmica e tirou do armário sua velha roupa de briga, para se lançar nas aventuras que viveria. Já Fibos, que não tem a mesma elegância natural de Cardosinho Jones, não precisou mudar muita coisa em sua indumentária.
A primeira incursão de nossos heróis foi nos domínios de Luiz “McGiver” Cardoso, conhecido negociante de peças do longínquo Cajuru, região povoada por perigosos torcedores do Paraná Clube em razão da proximidade das Oficinas da Rede Ferroviária, berço daquela horda. Descobriram que as peças encontravam-se em poder de Besa, “a Cândida”, em seu covil localizado ao norte, em Curitiba, próximo aos perigosos Atuba e Vila Zumbi, região que, em homenagem à moradora ilustre, recebeu o nome de “Santa Cândida”.
Fibos ficou encarregado dessa missão, pois conhecia muito bem a região e os perigos que oferecia, como buracos no asfalto, radares e lombadas eletrônicas escondidas pelo caminho.
Besa, apesar de sua dedicação e fidelidade a Luiz “McGiver”, em virtude de sua calma e gentileza permitiu aos aventureiros que coletassem aquilo que precisavam. Os resultados alcançados encheram de ânimo e disposição ambos os pesquisadores. Trataram de interrogar Dorinha, pessoa ligada ao tráfico internacional de drogas como: Chitãozinho e Chororó, Daniel, “É o Tchan” e Bonde do Tigrão.
Apesar dos métodos coercitivos empregados, Dorinha negou possuir arquivos em seu poder, mas deixou escapar que possuía conexões em Maringá, localizada ao norte de Curitiba. De posse dessa valiosíssima informação nossos heróis facilmente chegaram a uma conclusão: em Maringá só poderia haver uma pessoa capaz de ter essas preciosidades em seu poder, Lurdes.
Lurdes é, na verdade, uma das mais conhecidas colecionadoras de preciosidades, tendo contrabandeado para Maringá um verdadeiro tesouro em fotos e documentos ligados à Família Cardoso da Silveira e seus mais diversos ramos, como também à localidade de origem dessa Família: Santo Antônio da Platina.
Imediatamente os aventureiros iniciaram negociações com Lurdes, mas esta se mostrou irredutível, protegeria seu tesouro com unhas e dentes, e avisou possuir aliados poderosos que a ajudariam: Valfrido, o Capitão Mata-mato e Rodrigo, este último que, embora jovem, não é menos perigoso que o Capitão Mata-mato.
Não havia saída, ou Cardosinho Jones e Fibos se lançavam em uma jornada em direção a Maringá em busca desses tesouros ou sua missão seria um fracasso total. Imediatamente iniciaram os preparativos para a jornada, providenciaram transporte e equipamento, mas precisavam aumentar sua equipe. Assim, convocaram as duas melhores companheiras que já tiveram: Lili e Cléo. Lili, com vasta experiência no mercado financeiro, é uma excepcional avaliadora de documentos, pois sabe como poucos diferenciar o verdadeiro e o falso. Cléo, a seu turno, é especialista em disfarces e dissimulação e seria fundamental para a missão, pois seria preciso desviar a atenção de Lurdes enquanto Cardosinho Jones e Fibos mergulhariam no acervo. Tudo pronto para a viajem, lançaram-se os quatro na estrada.
Longo e tortuoso o caminho até Maringá. Os aventureiros sabiam que estariam nos domínios de Rodonorte e que seriam invariavelmente extorquidos várias vezes entes de chegar a seu destino, mas nada os afastaria de seu objetivo. Durante a jornada enfrentaram frio e calor, a fome foi um inimigo e tanto; somente encontraram alimento após transporem as montanhas da Serra do Cadeado, quando encontraram a Holandesa, bucólica estação situada na região de Mauá da Serra, no interior do Paraná.
Chegando a Maringá foram ao encontro de seus contatos Fábio e Luciana, estes que, além de responsáveis pelo local onde Cardosinho Jones e Fibos montariam sua base, ainda seriam valiosos quanto a informações acerca dos oponentes que iriam enfrentar. No dia seguinte, devidamente preparados, a equipe dirigiu-se às instalações de Lurdes. Ao chegarem e informarem suas intenções, foram imediatamente advertidos por Lurdes que nada seria levado daquele local.
Mas os aventureiros estavam preparados. Imediatamente colocaram Lili e Cléo em ação para distrair a atenção de Lurdes, mas esta, por sua vez, deixou o Capitão Mata-mato no encalço de Cardosinho Jones e Fibos, de modo a não permitir que se apoderassem de seus guardados. Lurdes, talvez percebendo a artimanha engendrada por Cardosinho Jones, tentou, valendo-se de substâncias entorpecentes, embriagar Lili e Cléo, mas estas se mostraram bastante experientes no trato com tais substâncias, não se permitindo ficar fora de combate.
Nesse particular, aliás, Lurdes notou grande semelhança entre Cléo e Besa, “A Cândida”. Não satisfeita, Lurdes ainda tentou distrair a todos por meio de outros ajudantes como Melissa Riso e o perigoso Rodrigo, que por lá apareceu como quem não queria nada. Mas nada disso foi capaz de desviar Cardosinho Jones e Fibos de seu objetivo. Apoderaram-se dos documentos de Lurdes e os armazenaram em recipientes seguros para que pudessem trazê-los intactos para Curitiba. Lurdes, vencida, capitulou, oferecendo aos aventureiros um lauto almoço.